domingo, 17 de março de 2019

a catioroterapia


"Naquele tempo havia intercâmbio que permitia estudantes de um país ir fazer estágio em outro. Então, veio para o Centro Psiquiátrico Nacional um estudante estrangeiro que me ajudou muito chamado Pierra Le Gallais. (...) Foi então que tive mais uma de minhas loucuras. Sabendo que ele tinha sido campeão olímpico na França, lhe perguntei: 'Pierre, você sabe as dimensões exatas de uma quadra de vôlei?' Ele disse: 'Claro que sei'. E eu: 'Então, vai fazer a quadra?' Jamais um funcionário do hospital pegaria numa pá. Ele não teve a menor dúvida. Pegou uma pá e começou a trabalhar. Quando os funcionários viram um médico fazer isso, vários aderiram. E foi durante essas escavações que foi encontrada a histórica cadelinha Caralâmpia, que tinha sido rejeitada pelos donos. Botei nela o nome de Caralâmpia, que também era um apelido meu, e entreguei a cachorrinha para um doente, o Alfredo, tomar conta. E ele tomou conta tão bem dela que se curou. E eu então peguei-o pelo braço e o levei ao diretor: 'Está aqui uma pessoa erradamente internada como doente e que deve ser nomeada monitor. E assim, de doente passou a monitor de encadernação, graças ao tratamento de Caralâmpia."
NISE DA SILVEIRA,
Entrevista a Ferreira Gullar, in: Mello, Luiz Carlos (org.), NISE DA SILVEIRA. Coleção Encontros. Rio de Janeiro: ed. Beco do Azougue, 2009.

a catioroterapia

"Naquele tempo havia intercâmbio que permitia estudantes de um país ir fazer estágio em outro. Então, veio para o Centro Psiquiátric...